domingo, 28 de fevereiro de 2010

Construindo - Des - Moronando

Decidi desfragmentar minha mente.
Gostaria muito de parar de pensar racionalmente por alguns segundos, fazer uma limpeza nas profundezas de meu intelecto para que assim minhas exigência se minimizem e minha capacidade de amar eleve-se mais e mais. O que peço é só um pouco mais de insanidade, um tanto mais de excentricidade em tudo, mais realismo, acima de qualquer coisa.
Quero parar de acreditar em amores que crescem a distância, sem o toque e o cheiro do suor do atrito dos corpos unidos. Não quero ter que perder mais ninguém em minha vida, não me preocupo com números e sim com a qualidade.
Quero amar e ser amado, sofrer e causar sofrimento, chorar e ser consolado.
Não suporto mais ser o ombro amigo, estou farto dos problemas dos outros, principalmente quando esses se acumulam aos meus me fazendo retroceder ainda mais.
Não quero mais falar de José e nem de Francisco, quero falar de mim e ser ouvido, não preciso de entendimento, basta um pouco de atenção.
Eu sei que estou sendo egoísta, e é justamente por isso que eu não me importo.
Deixe-me ter os meus defeitos e colecioná-los, admire minhas qualidades se conseguir achar alguma.
Preciso de mais um pouco de tudo, jamais estou satisfeito.
Quero mais sorrisos, mais palavras sinceras, mais repreensões.
Menos cerveja, menos cigarro, menos noites e noites sem dormir.
Não basta acordar e sentir que estou vivo, jamais bastará enquanto eu souber que não estou fazendo nada para retribuir o dom divino da vida.
Espiações e Provas, repetições cinematográficas.
Não quero mais dissertar e bancar o intelectual. Um pouco de ignorância cairia bem para privar-me de meus erros. Não, não busco acertar sempre, busco ser condicente com os meus próprios ideais.
Mudar. Livrar-me de estereótipos.
Não quero ser o garoto alto demais para ficar bem naquela calça jeans desbotada, nem o gordo demais para flertar com a garotinha loira e mimada.
Todos estão cegos ou eu não faço parte do âmbito visionário deles?
Quero ser visto, corrigido e esquecido. O fluxo interminável de nossas vidas.
Não quero morrer, pelo menos não enquanto acreditar que acabarei naquele instante.
Porque eu não acabarei...
Quero deixar aqui na terra alguém me ama incondicionalmente, que lembre-se de mim todos os dias desde minha partida. Mas não quero me tornar uma prisão, só uma boa lembrança.
E se tiver que reencarnar, quero ser um pássaro.
Quero voar, sempre quis voar. Viverei numa profunda e eterna viagem dentro e fora de mim.
Pequeno demais para ser visto, pequeno demais parar pensar nos meus atos.
Assim não terei que me desfragmentar uma segunda vez. Uma chance única e relevante de provar que não espero ser o "eu" que você quer, mas o "eu" que me é o bastante.


sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Un - Titled

Hoje descobri de que eu sou feito. Sou feito de sal e sol.
Busquei a carne em mim e só encontrei farelos, tive medo de me desmanchar em um milhão de fragmentos, um milhão de ínfemos pedaços singulares.
Olhei-me no espelho e vi a luz, o brilho que eu emanava me tornava invisível.
Alegrei-me, mesmo que meu sonho de infância tenha sido voar pelos ares como uma gaivota.
Abri minha mochila, coloquei dois pares de meias e uma carteira de cigarro.
Não precisava de mais nada, só do vento.
Vento tão forte que me carregava por entre tempestades e me sacudia sobre moinhos
Brisa suave, imaginária e mirabolante, fazia-me sentir renovado pela sua graça.
Cantava, cantava e cantava. Versos do eterno poeta que serei.
Flertei com princesas, esmaguei gigantes e enganei as bruxas de meu incosciente.
Dormi.
Sonhei que sonhava que eu podia me teletransportar para o futuro.
Acordava maravilhado, com sede, muita sede. Bebia da água que jamais tocara meu lábio e ao voltar para a realidade sentia minha boca áspera.
Me apaixonei centenas de vezes pelas mulheres mais lindas do mundo.
Tereza do sorriso amarelo e Maria da saia comprida demais para tampar os seus joelhos.
Julieta, minha Julieta. Onde está o seu Romeu?
Roubei bancos, levei todo o seu dinheiro. Gastei tudo com chiclete e com papéis de carta.
Não encontrei loja alguma que pudesse me vender um pouco de sabedoria.
Nadei despido, andei despido e permeneci assim.
Não existem alegorias defronte a mim, só a profunda e intrigante escala de cinza.
Bocejei, demasiadamente cansado, bocejei.
Não queria fechar os olhos, não quando meus pais não estavam em casa para controlar meu sono.
Descobri que sou elétrico, especialmente nas noites estreladas.
Estrelas elétricas, acendem e apagam, acendem e apagam. Elétricas
"Por favor, parem de brincar com a luz do céu!"
Fui vencido por abraços e chorei.
Chorei por não ser forte o suficiente para dizer Adeus quando deveria.
Contei feijões, cinco feijõesinhos para a pena e mais cinco para o desprezo.
Corri quilometros e mais quilometros sem transpirar uma única gota, pensei em você para não perder nada de mim, perdendo os atalhos sempre que passava um obstáculo.
Desvendei mistérios e criei mais alguns para manter a eterna rodatividade que é a vida.
Tomei chá com a morte, que me pareceu muito simpática.
"Adeus pivete, adeus", ela me dizia antes de bebericar mais um pouco de sua bebida.
"Bem-Vinda Morte, seja bem-vinda" respondia-lhe inocente, como um bom anfitrião para com sua visita.
Dois ou três cubos de açuçar? Quantos para adoçar esse coração tão amargo?
Felicitei-me ao descobrir o quão eu me tornara independente de mim mesmo.
Ninguém precisa de nada quando se têm a si e ao seu próprio corpo.
Posso andar, dançar, cantar, trabalhar e amar mil donzelas.
Só não consigo acabar com a sensação de que tudo em mim é profundamente inacabado

Feito de sal, misturado com o sol.
Incabado.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Ana - Ano # Tomia - Malia

Sou poeta! Mas hoje em dia, quem não é?
Se eu rabisco, sou desenhista, se intento colorir, sou um pintor.
Se digo que te amo, sem gagejar, pestanejar ou torcer os dedos, sou orador.
Se te pego em meus braços, acarinho teus cabelos e sinto sua fragrância, sou amante.
O que eu sou na verdade?
Sou o ontem, o anti-ontem e o que meu passado acusar.
Sou as escolhas que ainda não me permitir fazer, nem imaginei fazer um dia.
Sou homem, fraco e aprendiz, buscando por um motivo para continuar a viver.
Se sou mágoa, vivo pra chorar; se sou sorriso, vivo para secar suas lágrimas.
Sou palhaço de um circo ensolorado, dramaturgo de um castelo em ruínas.
Posso ser número, letra e olhar. Sua desgraça ou sua liberdade.
Sou quem você procura, e sou eu quem pretende te achar.
Sou escritor de belas palavras, leigo de uma ortografia profundamente variável.
Inventor de orações, sons e rimas. Crio rimas! Crio meu próprio espetáculo.
Sou mentiroso, falsário e ator nas horas vagas. Atuo sempre, contradizendo o semblante de meus olhos.
Sou detetive, vítima e assassino, sem nem ao menos precisar piscar o olho para te desarmar.
Sou o dia e a noite, mas não a tarde. Prefiro os extremos ao meio.
Branco e Preto, Azul e vermelho. E nas horas vagas posso ser o amarelo.
O calor, o frio. Os doces erros e as amargas consequências.
Não, não sou o pedido de desculpas. Nada me faz descer de meu pedestal para buscar o perdão dos outros. Sou o meu próprio perdão, minha própria motivação.
Sou alquimista, mágico e equilibrista. Descobri a fórmula mágica para balancear meus medos.
Se sou humano, sou um Deus. Deus de meu próprio universo particular.
Se sou Deus, sou soberano e sendo assim serei tirano.
Sou governante, severo e destoante. Sou a nota falha de uma melodia inacabada.
Sou virgem puritano, meretriz. Posso ser sensual, beirando o pornográfico, mas antes preciso de seu concentimento.
Sou invisível, sou silêncio, mas jamais serei o nada. Ainda poderás ouvir meu respirar.
Sou enfermidade, sou a cura. E principalmente a decadência que há entre ambos.
Sou poeta! Sim, um dos bons, devo confessar.
Já que falo de mim, me exponho sem medo, nu, cru defronte olhos vigilantes.
Sou poeta porque consigo ser eu em todos os momentos de minha vida.
Sou segundo, minuto e hora. Sou um dia inteiro sendo o mesmo ser errante de sempre.
Sou cíclico e metaformo. Sou o sangue que corre em minhas veias.
Mas não, não sou você.
Você é a única coisa que eu não consigo ser.
Sou melhor, com certeza.
Sou poeta!

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Me

O que meu nome tem haver comigo?
Será que as letras são mesmo necessárias para mostrar tudo o que eu sinto, tudo o que vejo?
Não, sou muito mais que sílabas, muito mais que orações e numerologia.
Sou mais que o "Bem e você?" que respondo diariamente para todos que me perguntam sobre meus estado de espirito.
Sou mais que flashs, sorrisos e baladas.
Sou mais que uma opção sexual e muito, muito mais que uma paixão não afirmada.
Sou mais que minhas velas de aniversário, mais que as garrafas de cerveja vazia que jazem em minha mesa ao lado das cinzas dos cigarros.
Sou mais que minhas notas, rotas e desvios.
Sou um ser humano e vivo em constante mutação.
Posso mudar meu nome e continuarei sendo a mesma pessoa.
Só não posso mudar meu passado, nem prever meu futuro.
Só posso esperar, para vê o que acharei de mim pela manhã.

Cheiro meu.

Não sei se estou vendo Friends demais, mas agora pouco eu estava vendo um episódio em que Phoebe dizia para Ross que 90% dos ferormônios das mulheres estão nos cabelos delas e por esse motivo elas são mais baixas, para que os homens ao abraça-las possam ficar rapidamente apaixonados. Ok, eu ri bastante dessa passagem, mesmo porque não consigo levar a sério nada que a Phoebe diga, mas não deixei de me perguntar: Porque sentir o perfume do cabelo de alguém é tão bom?

Claro, existem aqueles cabelos mal-lavados ou completamente sujos, existem os ressecados e queimados pelo sol, mas venhamos e convenhamos, o cheiro dos cabelos é de suma importância para uma conquista bem sucessidida. Ainda nesse raciocinio, acredito que isso não tem muita restrição apenas com as mulheres, mas os homens também, obviamente. Desde os meus 12 anos de idade vejo as garotas da minha sala de aula abraçando os garotos de lá e fazendo carinho em suas madeixas, alguns dias depois elas estão fazendo coisas a mais que isso, é verdade, mas quase sempre não durava. Será mesmo que a atração terminou quando o shampoo foi mudado?

Lembro-me que uma de minhas primeiras paixões se deu a partir do cheiro do perfume desta, e nossa, foi uma paixão daquelas que nunca nos deixa totalmente. Não sei o nome do perfume, mas reconheço sua essencia em qualquer lugar em que eu esteja. Certa vez eu estava no ônibus e senti esse cheiro de repente, fiquei excitado, olhando ao redor afim de descobrir qual individuo era o portador de cheiro tão intrigante. Ok, não se dá pra ver esse tipo de coisa, eu sei, mas mesmo assim estava curioso. Será que seria pedir demais reviver o passado? Sentir mais daquele cheiro que me causou uma súbita paixão? Intentei levantar-me de meu assento e perguntar em voz alta sobre quem usava o tal perfume, mas considerei no instante seguinte que eu nem ao menos sabia o seu nome. Droga, eu pensei. Mais uma vez eu passaria descontente, e o pior, morreria de curiosidade. Talvez eu ligue para meu antigo amor para desvendar essa mistério, talvez eu consiga achar esse perfume sem querer enquanto procuro minha próxima essencia, talvez eu nunca mais volte a sentir aquele cheiro, que tanto me deixa eriçado.

Ah, maldito perfume que me persegue.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Minha Caroline, com "C" e não com "K"

Mais água, por favor! Traga no copo dessa vez, junto com seus lamentos.
Ponha uma música, freneticamente e repetidas vezes, dance pra mim, me esnobe.
Abra seu armário e queime toda a dispensa, traga-me mais um pouco de comida e um cigarro.
Feche os olhos, deixe-me fotografa-la, prometo que os flashs só percorrerão a parte mais bela do seu rosto.
Pegue em minha mão, me chame para dar uma volta, mas não me deixe caminhar sozinho. Aguente meus gritos, sufoque meus lamentos, deixe-me andar descalso na rua ao menos uma vez na vida.
E se meus pés criarem calos, ponha-me para descansar num colchão em sua casa.

Seja minha cúmplice, mas não cesse os risos jamais.
Sorria!
Mesmo que eu chore, mesmo que eu me esponha em roupas intimas e fora de forma, mesmo que eu te destrate e mande mensagens na madrugada para um amor em comum.
Brinde comigo, moça.
Um brinde a vida, a intensidade da vida.
Aos momentos que teremos e aos telefonemas que nunca daremos um para o outro.
Brindemos a saúde, ao bem-estar e a paz de espirito.
Brindemos os seus próximos aniversários e aos presentes que eu jamais negarei te dar.
À nossa solidão, nossa compaixão e a falta de dinheiro!
Ah, não podemos esquecer daquela fórmula que desenvolvemos juntos, a base de suor, patê de atum, batata-palha e bolacha salgada.

Não, não estou satisfeito, você pode tocar mais uma música? Promete não repetir dessa vez? Prometo cantar em todas as sílabas e entoar toda a melodia, mesmo que não estejamos cantando a mesma canção.
Quebre meus DVD's, mas devolva-me antes, só assim te darei sua pequena boneca de pano de volta.
Mas acima de tudo, me ame, me ame incondicionalmente e não me prive de estar com você, em nenhum momento, jamais.
Mesmo que eu tenha que esperar até as tantas da madrugada para ter junto comigo, mesmo que eu passe cinco dias sem lavar meu corpo.
Me ame, só assim poderemos pedir mais uma cerveja antes de encerrar a conta.

E agora, o que eu faço?

"Bate mais, quanto mais você me bater, mais dinheiro eu te arranco". Acabei de ouvir isso na TV, num daqueles filmes brasileiros antiquissimos. "E agora, o que eu faço?" pergunta o homem para uma das prostitutas em seu quarto, depois de espancar o outro "Faz como toda a vagabunda, se vira!" ela responde. Eu poderia mudar de canal a qualquer instante, num simples toque no controle remoto, mas não, mesmo que a qualidade da imagem seja péssima e a interpretação dos atores de baixo nível, ainda assim, o filme me fez ter o maior choque de realidade do dia, quisá da semana inteira.

Não foi a sangue que saiu no nariz do ator espancado, muito menos a sirene do carro de polícia que vinha chegando depressa. Não, aquele curto diálogo me mostrou o que eu realmente queria ouvir antes de dormir. Primeiro ele diz "Quanto mais você bater, mais dinheiro eu te arranco", e sim, essa é uma verdade que caberia em muitas situações de nossa vida. Só aprendemos na porrada, nos machucando ou ferindo alguém, sem nem ao menos nos dar conta que no final perderemos muito mais que o tempo gasto na discursão. "Faz como toda a vagabunda, se vira!" ela responde ao apelo do companheiro pagante. Não deixei de sentir um ar de complexidade nisso tudo. Me senti a própria vagabunda, por assim dizer. Estou sozinho na vida, colhendo as coisas que eu planto, buscando e lutando pela minha própria sobrevivência. Não posso ficar tomando conta dos erros dos outros, não posso dar soluções a quem só busca as dúvidas. Eu acho que diria o mesmo que ela naquela situação, mas talvez fosse um tanto menos amargo, porque infelizmente não consigo fazer sexo sem sentimento.

Pois bem, só me resta ver como o filme termina e torcer para que mais reflexões como estas não aparecam em minha frente. Não estou acostumado com o tosco, quero o melhor, sempre.

Pequeno, meu patinho.

19:40! Quarta-feira, dia 17 de fevereiro de 2010, hoje morreu um amor que sentiam por mim.
Onde, onde está aquele pedaço que eu tinha encontrado meses atrás, e que agora foi tirado de mim de novamente?
Sou um ser um humano, um homem e uma criança imatura. Acho mais fácil substituir um problema pelo outro, para que assim só aja espaço para uma preocupação em minha mente.
Sim, eu te amei, te amo e sempre te amarei. Mesmo tendo tirado seu chão, mesmo tendo sugado o último suspiro que tenhas dado por nós dois. Como eu disse "Estou fazendo isso por você".
Quantos amores mais baterão na minha porta? Quantas decepsões e quantas taças de vinho até você entrar novamente em minha vida?
Um dia me disseram que um pato é como um arquiteto, sabe voar, nadar e andar, mas não executa nenhuma das tarefas com perfeição. Péssima piada, péssima comparação. Só nós dois sabemos que um pato pode ser muito mais que isso não é mesmo? Ele pode ser velho, feio, magrinho...Mas ele sempre será a única coisa que ainda teremos em comum. Seja um de carne e osso ou o que ganhei de você, de pelúcia.
Não, não vou deixar você sair da minha vida assim tão fácil. Não quando eu sei que nunca fui o bastante pra você, não quando eu sei que a culpa de tudo é minha!
Mais uma vez, eu destrui com um sonho, com expectativas. E sim, eu também tinha feito muitos planos pra nós dois.
Mais uma página virada, não totalmente, já que eu fiz uma orelha pequenina no canto superior, como sempre faço nos livros que eu mais gosto. Eu sei que mais dia ou menos dia eu voltarei para ler o seu conteúdo novamente, só espero que todas as palavras estejam alinhadas corretamente.
mylittleduck

Não amor, não vá embora!

Quanto tempo até o próximo amor? Quanto?
Há algo errado em amar demais, amar a todos, querer ser de todos? Isso me faz uma pessoa vulgar, sem consideração, infiel? Não sei!

Sinto que estou cada vez mais perdido, longe do que eu fui um dia. Amo, não a mim, mas busco o amor nos outros. Isso é bom? Ruim? Não sei, mas sei que é assim que me sinto.
Queria corresponder a todos que um dia me amaram e que amam ainda hoje, queria poder diminuir a distância, curar as feridas e secas as lágrimas de todos os que eu magoei com minha prepotência. Antes de mais nada, quero ser feliz. Não a vida toda, mas num único dia, um mísero dia que não termine em mais choro, em mais tristeza.

Será que escolho demais? Sou seletivo demais? É comum buscar o melhor para si, mas sei que estou longe de ser o melhor pra qualquer pessoa. Sim, amor próprio é o que me falta, demasiadamente eu diria. Não há nada que aconteça que eu não me pergunte "O que eu fiz?" "Porque eu fiz?" "Quem não me quis?". O problema não está nos outros, está em mim!

Talvez isso mude, talvez não.

Para - Mundo - Lelo

Dias, horas, minutos, segundos...estou vivendo sem nem ao menos ter consciência de que estou vivo! As vezes me deito na cama e tento me recordar de algo realmente importante que eu tenha feito nas últimas horas. Não, nada de muito importante. Bem, eu respirei, comi, beijei minha avó no rosto depois de reparar que passei o dia inteiro sem falar com ela, comi mais um pouco e vi TV. Falei com meia dúzia de pessoas importantes pra mim, conhecia mais meia dúzia e fingi estar interessado no assunto de mais uma pá de gente. Não, esse não sou eu. Só quero sair da rotina, viver coisas novas, respirar de uma forma diferente...

Morro de rir sempre que a vida prega alguma travessura comigo. Outro dia, por exemplo, começei a falar com alguém que encontrava-se perdido em minha lista de contatos. Não foi preciso mais de dois dias para eu ver o quanto eu tinha perdido. Eu pensei "Nossa, como eu não o tinha visto antes?". Pois é, eu via, mas não via. Talvez respondesse por educação, dava em cima sem nenhum escrúpulo e depois ignorava. Sou assim, inconstante, mudo a cada instante! Mas agora, agora não consigo passar um minuto sem falar com 'você'. Eu te disse "Vou fazer o meu primeiro texto no blog, e esse texto vai ser pra você". E aqui estou eu, escrevendo pra você!

Talvez, ao registrar meus sentimentos nesse blog eu consiga eternizar esses momentos que estamos vivendo. Será este um recuo? Uma prisão que eu mesmo criei para não esvaecer mais um amor? Não sei, e sinto que isso sou eu! No instante em que eu me compreender totalmente eu saberei que aquele não será eu. Vivo assim agora, anormalmente metafórico. Porque meu melhor amigo está a muitos quilomêtros de distância de mim, porque a garota mais inteligente e engraçada que eu conheci sofre, e eu não posso estar com ela para abraçar-la. Porque dúvido de mim como profissional, não quero fazer o que faço, mas quero fazer muita coisa pra mudar essa situação. Porque você, sim, você, é suficiente para me intreter por horas.

"Você já está apaixonado?", me perguntaste. "Não" eu indaguei, sentindo um tremor dentro de mim. "E você?" eu quis saber. "Sim", você me respondeu. Tão poucas letras não é? Mas e o significado? Grande não acha?