segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Créditos

Não acabou, não enquanto minha respiração reclamar seu nome. Não enquanto cada fibra do meu corpo gritar em protesto pela falta do corpo teu. Minha boca, seca e rúptil em ânsia pela sua saliva, mordisca-se em miséria, lutando para acostumar-se à ausência da tua. Meu colo que agora afaga migalhas, meu pescoço que insisti em se arrepiar com a lembrança do teu abraço, do cheiro que teu corpo exala quando posto em circunstâncias extravagantes. Não terminou enquanto o amor não terminar, não enquanto meu coração se manter aquecido e compassado junto ao seu. Não enquanto as lembranças ainda forem lembranças, seus objetos forem mais que objetos, mas fragmentos de uma história. Não enquanto seu rosto surgir em minha mente no primeiro segundo do dia e for o último a me presentear antes de dormir. Não, não enquanto não existir mais rotina para mim, senão a sua. Não enquanto eu ser seu e você meu, ao menos no íntimo. Não, isso não acaba agora! Não enquanto ainda existir uma história por detrás da moléstia, e os bons momentos afastarem os ruins. Não acaba enquanto existir a vontade de cultivar o amor e semear a afetividade!

Um comentário:

  1. Sensacional. Mais uma vez, e como sempre, hehe. São dessas viagens que precisamos pra nos conhecermos melhor. E essas viagens não teriam razão de ser se não tivessem outras pessoas pra dividirem isso não é?

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