segunda-feira, 10 de maio de 2010

Luxúria

Sinta a batida. O ritmo é frenético, inflamante.
Meu coração pulsa, meus músculos vibram e meu orgão se eriça. Olhares por toda a volta. O toque, a saliva, o sexo. Não posso parar de me mexer, já não sou mais dono de meu corpo. Meus olhos se dilatam perante a elucidação. Mesclas de vermelho, azul e amarelo se fundem perante minha íris. O descompassar da pancada me alucina, o cheiro já não é mais cheiro, é gosto. Estou louco? Se não, o que está acontecendo comigo? Todos os meus valores e conceitos me abandonaram, me deixaram sozinhos na pista. Sou apenas mais um corpo, mais um perante as dezenas de anatomias que se subvertem ao toque. Quero todos e todos me querem, posso sentir. Fecho os meus olhos e me apoio em qualquer sufrágio, não preciso saber qual o meu refúgio, nem quero saber. Esmoreço ao sentir seu suor em contato ao meu, seu corpo vulcânico. Percorro minhas mãos por todo o perimetro de sua compleição, desvendando-te por completo. Me aproximo o bastante para sentir sua respiração ofegante, deleito-me com o bálsamo peculiar que transpiras. Já não posso mais voltar atrás, eu já te pertenco. Deixo-me ser levado pela opressão e me entrego ao desconhecido, não antes de arquejar um gemido curto e despreocupado. Findou-se, sou mais uma vítima dos prazeres carnais. Sinta-me, batida.

3 comentários:

  1. Nossa rafa, que frenético voê está nesse texto. Adorei de verdade. Belo escritor de literatura erótica. Adorei

    ResponderExcluir
  2. Uia, otimo texto. De causar sensações e vontade. rs

    ResponderExcluir
  3. Esse texto me prendeu de uma forma assustadora, gosto da forma que escreve, ficou muito, muito, bom.

    ResponderExcluir