sábado, 27 de março de 2010

Que remetente? Que destino?

Odeio hipocrisia e sou refolho. Sou perito em apontar os defeitos nos outros, mas sou melhor ainda em inventar defeitos inexistentes em mim. Não, não é que eu não tenha defeitos, tenho vários, mas sempre acho que pode caber mais um na agigantada lista de perjúrios. Odeio ler palavras de alguém que são puramente fantasia, odeio ler sobre o amor e ver nitidamente que não existe nenhum sentimento ali, só palavras. É tão fácil escrever do amor, é tão fácil amontoar uma dúzia de palavras bonitas contrastando com o auto-sofrimento e se achar digno de transmitir experiências falhas. Se for pra escrever sobre o amor, ame. Se for pra escrever sobre sofrimento, sofra. Não invente lágrimas onde não existe nada, não invente juras eternas quando não existe nada. Tenha certeza de que quando sentires realmente, não precisarás escrever sobre isso para ser entendido, e além disso, ser escutado.

Posso ter todos os defeitos do mundo, mas não sou sotrancão. Se eu não gosto de alguém, eu não gosto. Se eu gosto, não preciso ficar inventando motivos para gostar ainda mais. Pra quê? A vida não é um jogo de naipes, não precisamos distribuir igualmente as cartas para que aja tal equilibrio. Não, definitavamente não preciso amar alguém só porque essa pessoa me ama. Estaria sendo falso comigo mesmo, indo contra meus próprios principios. Odeio, ah como eu posso odiar alguém. Eu aponto o dedo, grito, esperneio, faço ameaças...sou intenso, justamente por defender meu ponto de vista. Se eu estiver certo, ótimo, se estiver errado, melhor ainda. Estou sujeito a erros ok? Não sou o ser mais perfeito do mundo, mas também não sou o mais imperfeito.

Decidi me livrar de minhas armas por hoje, apresentar-me sem metáforas, sem rimas ou alegorias. Não é preciso muito para passar a mensagem que quero passar, a revolta acho que seria mais apropriado. Eu e minha mania de ensanchar meus sentimentos, maximizar toda e qualquer impressão alheia. Só por hoje estou farto de palavras amigas, estou farto de lições de moral e autoestima. Hoje quero sair sem me levar, deixar em casa minhas preocupações, meus sofrimentos e meus amores. Quero me curtir acima de qualquer coisa. Não me interesso pelo que você quer que eu me interesse, pra falar a verdade não me interesso por você. Hoje serei rude e agradecerei se você puder tornar a reciproca verdadeira, obrigado.

Um comentário:

  1. Quanto ódio no coração, rs. Brincadeira, eu não me contenho. Passo por dias assim também, mas raramente concretizo o que você diz. Sempre fico esperando alguma resposta para minha "revolta". É como se eu estivesse desafiando, entende? O mais triste é quando não há respostas.

    Não sei se sou ingênuo por acreditar no que as pessoas dizem. Ou se sou estúpido de perdoar tudo que eu ouço. E eu já ouvi muita coisa... o pior é quando elas são verdadeiras. E é mais grave quando não podemos fazer muita coisa para mudar.

    Já pensei em me livrar dos meus pertences e morar em calcutá, rs. Eu ri, mas isso é sério. Não tenho muitas perspectivas pra mim. Não vejo longos passos nem realizações. Por isso que amo quem tem as oportunidades e sabem usá-las. Ou que aidna não sabem usá-las e eu posso ajudar a alcançá-las. Talvez eu seja uma grande muleta. Uma muleta de madeira velha, rachada e destruída por cupins. Prestes a arrebentar, mas que faz de tudo para se manter firme e apoiar todos aqueles que se aproximam.

    Sei que é muito fácil ouvir "Não pense assim", "acho você incrível" e "eu te amo". Mas palavras não mudam fatos. Sentimentos fortalecem ações. Ações modificam os fatos. Não precisa ser grandes ações, apenas um gesto, um abraço, um alento... cada um age no que pode. A distância pode ser cruel. Mais cruel é a frieza e a indiferença.

    "Perchè ciò che è detto può far male, però ciò che è scritto può ferire per morire"(Alla Mia Età - Tiziano Ferro). Pensei nessa música quando li o texto. Não sei muito o que dizer, e minhas ações são limitadas. Infelizmente.
    Amo vc amigo^^

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