quarta-feira, 21 de abril de 2010

Inquieto.

Não te preocupes com a fragrância de meu ânimo, tema o sabor.
Sou insípido nos dias de sol, sem gosto, enfadonho.
Meu sal está nos lábios, optei pelo salgado ao doce.
O açucar exacerbar-se.
Sou dono de olhares amargos, raios extremamente penetrantes.
Sou amarescente, acre.
Criador de orações picantes, quase que sexuais.
Sei eriçar, inspirar e respirar. Dou ritmo!
Embriagador genuíno, não preciso ser tragado para causar sensações.

Jamais sinta-se atormentada por minhas palavras, receie a voz.
Tamanha magnitude num timbre tão corriqueiro, vacilante e inexpressivo.
Saliva de dós e as vezes de sóis, desafinada porém bem audível.
Vocabulário precário e improcedente, tons de verdes nos encarinhamentos e azuís nas frustrações.
Voz que se cala, que verte-se num silêncio doentil.
Voz que geme, que sussurra e faz juras de amor...que mente.

Não deixe agoniar-se pelo meu amor, sinta-o.
Amo meus encantos, que aos seus encantos tornam-se alienação.
Meu sentir é meu sentido, minha visão, meu tato e minha filosofia.
Movimento-me para seduzir-te, convidar-te a percorrer meu corpo, se aventurar.
Não se assuste, feche seus olhos e deixe que eu entre dentro de você.